sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

DEVER DE GRATIDÃO

Sou grato por ter tido avós maternos maravilhosos que fizeram tudo por mim. O Dr. Demócrito foi o pai que eu não tive, porque o meu pai verdadeiro não teve condições morais para nos criar. Além de nos criar, educar e formar como homens de caráter, meus avós nos levaram ao conhecimento e ao caminho da religião, ou seja, nos apresentaram ao nosso Criador, que é Deus e Seu filho, Jesus. O Estado da Bahia nos deu um grande presente de vida, que foi o voinho, nascido na Cidade de Castro Alves. Ele veio de lá para morar aqui no Estado do Ceará e casar-se com voinha, que vinha de Maracanaú, uma cidade vizinha a Fortaleza. Na verdade, voinha nasceu mesmo foi na cidade de Floriano Peixoto, vindo para Maracanaú logo cedo. Meu avô, que na mesma época veio a Fortaleza conheceu-a e casou-se com ela. O voinho, que já aos 19 anos era formado em Odontologia, teve com a voinha 4 filhos: um varão, Tio Cláudio, também dentista; 3 mulheres: minha mãe, tia Beth, e tia Vânia. Ainda hoje sentimos saudades das comidas preparadas pelo voinho: pratos baianos, como vatapá, acarajé e outros, sendo o vatapá meu prato predileto. A mulher mais bonita de Maracanaú, naquela época, era a senhora Maria Zilma Marques Freire, que por sinal era minha avó. a minha voinha. Sua beleza era tanta, que o voinho teve que batalhar para vencer a luta, no sentido de conquista-la, pois seu olhar ganhava mais vivacidade e mais firmeza com a coloração esverdeada dos olhos. Eu não posso falar nada dos meus avós paternos, porque, após a separação dos meus pais, não tivemos mais contato com eles. Essa falta de contato se deve mais por meu pai ter ido embora, deixando somente a família de minha mãe como refúgio para nós, pois ainda éramos pequenos quando isso aconteceu. O voinho era torcedor e sócio do Bahia Esporte Clube, e aqui no Ceará foi presidente do Fortaleza, na época em que o tricolor de aço foi campeão. Ele era um torcedor fanático do Fortaleza, ao contrário de mim, que fui o único na família a torcer pelo Ceará Sporting Clube. Tenho que agradecer ao Padre Gotardo Lemos por ter estudado no colégio Juventus, do qual era dono. No colégio havia três padres: Padre Gotardo, Padre Oscar Peixoto e Padre Valdir, ambos já falecidos. O colégio Juventus era uma família. Todos os meus conhecimentos e estudos devo àquela instituição. O Padre Gotardo foi um pai para nós, ajudando-nos a ser alguma coisa de bom neste mundo. Os conselhos que o Padre Gotardo nos dava foram muito importantes para que conseguíssemos nos formar profissionalmente. Obrigado por tudo que o senhor fez por mim. Padre Oscar era o diretor do colégio, um homem de voz macia, conselheiro, já agora monsenhor. Padre Valdir não está mais entre nós, já cumpriu sua missão. O colégio Juventus incentivava todos os alunos a praticarem esportes. Eu me recordo dos olhos de felicidade dele quando ganhávamos uma medalha. Ele virava uma criança de tanta alegria. Ele também brigava quando o juiz estava roubando. Padre Gotardo, minha eterna gratidão. Eu perdi vários colegas do Juventus. Tenho saudade de todos, mas no meu pensamentos sinto falta do meu amigo Suesso. Minha saudade é grande, e ele não sai do meu pensamento. Ele torceu para eu sair dessa. Graças a Deus, as orações dele foram aceitas. Eu tenho saudade dele porque, em nenhum momento da minha doença ele me abandonou. Você sabe quem eram os Três Mosqueteiros: Eram o Suesso, o Leta e eu. Nós 3 só saíamos juntos. Ele (o Suesso) partiu deixando uma lacuna enorme entre nós. Hoje eu oro por ele todos os dias. Tenho saudades da cidade maravilhosa, tempo em que eu só tinha felicidades. Mas Deus levou a minha mãe para o lado Dele, porque Jesus, nosso Pai e Salvador, nunca enganou a ninguém. Deus chamou a minha mãe mais cedo, porque, com o passar do tempo, a doença que ela tinha a levaria à cadeira de rodas, e ela passaria a depender dos outros. Deus é bom, porque a levou mais cedo, quando ela só tinha 45 anos. Jesus é nossa salvação. Eu sei hoje que minha mãe está em um bom lugar. Devo agradecer a família Juventus, pelo homem que me tornou, e à minha tia Vânia (eternamente) por tudo que ela fez e faz.

Fernando Freire. 

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